terça-feira, 31 de agosto de 2010

Construção

O avanço na qualidade só acontece com base na inteligência, com produção intelectual conjunta. O ser pensante consegue o genuíno, o verdadeiro e o puro se conseguir, se tentar, se se esforçar por vilipendiar, arredar da sua consciência os conceitos primários que estão enviesados desde a primeira infância, a comparação, o orgulho, o amor-próprio, a inveja – todos estes conceitos que toldam a visão, não deixam ver claro, não deixam construir – no lugar da construção que deveria existir, temos apenas ruínas, tijolos que se vão amontoando criando apenas uma habitação temporária que a qualquer momento desaba provocando alguns mortos e feridos!
           
Quando se constrói na base da certeza e da consciência, do intelecto e não nos deixamos levar pelos conceitos que referi acima, a obra nasce sustentada, alicerçada com a certeza porém de que no futuro, todos os outros estarão também seguros e prontos para outros tipos de acção que permitem a construção do prédio, para ver mais longe, mais alto e à frente de todos os outros. Isto é o futuro, isto é o trabalho e isto é o avanço. Tudo o que entrava esta dinâmica deverá nascer noutro terreno, que não é o nosso, onde as ervas daninhas inibem o crescimento floreado, bonito e integrado, que rodeará o prédio em construção!

Vivam os homens com visão periférica, vivam os homens que olham para os outros claramente, vivam os homens que se preocupam com os outros, vivam, enfim, os homens naturais! Os que nascem sem a sombra, e nos quais o sol se deixa pousar!

Vivam os homens que lutam, vivam os homens que criticam, vivam os homens que são HOMENS!

Ângelo

Cito:

“Um rabino, um verdadeiro cabalista, disse um dia: para instaurar o reino da paz não é necessário destruir tudo e dar inicio a um mundo completamente novo; basta apenas deslocar ligeiramente esta taça ou este arbusto ou aquela pedra, e proceder assim em relação a todas as coisas(…)”
                                              
                                                                       In Agamben, G. (1990). Comunidade que vem

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