terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O afecto desperta o que queremos enganar...


“No mundo das neuroses a realidade psíquica é que é decisiva, por vezes estas realidades são materializadas obviamente, daí derivam. De onde surgem, então, as necessidades de fantasia e o material para elas? Surgem, claramente das pulsões que remetem automaticamente para o princípio do prazer. O ego humano é ensinado pela pressão destas necessidades (pulsões) a apreciar a realidade e a obedecer a este principio, no decurso deste processo é obrigado a renegar temporariamente – repito, temporariamente, porque a dado momento algo que se liga a determinado afecto desperta-o – a grande variedade de objectos e alvos para que está dirigida a sua luta pelo prazer e, não apenas pelo prazer sexual – o prazer remete sempre para algo satisfatório para o individuo, cujo tema tem sempre um pendor de orientação subjectiva, no entanto, esta procura contínua de estados agradáveis descompensa o sistema psíquico porque as reservas para a gestão da angústia está desamparados por contínuos acessos de prazer momentâneos – «mas ao homem sempre custou renunciar ao prazer; não são capazes de fazê-lo sem uma qualquer compensação.»”

Freud (2001c, p. 142)

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